Primavera

Primavera
Primavera de Botticelli (imagem da Google)

ADÁGIO


Tão curta a vida e tão comprido o tempo!...
Feliz quem o não sente.
Quem respira tão fundo
O ar do mundo,
Que vive em cada instante eternamente.

Miguel Torga































quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Até ao fim

Mas é assim o poema: construído devagar,

palavra a palavra, e mesmo verso a verso,

até ao fim. O que não sei é

como acabá-lo; ou, até, se

o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:

puxo o teu corpo

para o meio dele, deito-o na cama

da estrofe, dispo-o de frases

e de adjectivos até te ver,

tu,

o mais nu dos pronomes. Ficamos

assim. Para trás, palavras e versos,

e tudo o que

não é preciso dizer:

eu e tu, chamando o amor

para que o poema acabe.


Nuno Júdice

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